A crise do capitalismo ainda não acabou

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Em 2010 ficou claro que a crise do sistema capitalista mundial não chegou ao fim e promete novos capítulos. O processo de recuperação das economias, conforme reconheceu o FMI, é desigual, frágil e incerto. Os problemas econômicos convergem com o declínio da liderança dos Estados Unidos e reforçam a necessidade de uma nova ordem monetária internacional.

Iniciada no final de 2007 com a recessão americana, a crise teve novos desdobramentos ao longo deste ano. Dois acontecimentos merecem destaque. A crise da dívida na Europa, que desperta dúvidas sobre o futuro do euro e da União Europeia, e a chamada guerra cambial, que coloca em xeque o papel do dólar no comércio internacional.

Na Europa e nos Estados Unidos, como em muitos outros países, os governos reagiram à crise injetando trilhões de dólares e euros nas economias, com o objetivo de resgatar o sistema financeiro e grandes empresas (como a GM), além de, teoricamente, contornar a recessão. Tais intervenções tiveram características e consequencias distintas nas diversas regiões e países.

Em geral, o efeito colateral do remédio é o agigantamento e a explosão dos déficits e dívidas públicas. O problema se manifesta com força e singularidade na zona do euro, onde ninguém goza de soberania sobre a política monetária e o equilíbrio fiscal dos países membros é considerado uma condição para a moeda comum.

Efeito dominó

A crise não ficou circunscrita à Grécia. A Irlanda caiu nas garras do FMI em novembro, depois de anunciar um déficit público equivalente a 32% do PIB, um recorde para o velho continente desde o pós-guerra. O rombo foi provocado por um socorro de 45 bilhões de euros aos grandes bancos. Os banqueiros foram salvos, o déficit explodiu e a conta foi apresentada aos trabalhadores.

O país que recentemente foi designado de “tigre celta”, em função do forte crescimento, amargou uma queda de 7,1% do PIB em 2009 e um avanço espetacular do desemprego nos últimos cinco anos, de 3% para 13,5% da população economicamente ativa.

A crise da dívida, agora, ameaça migrar para Portugal e Espanha.

Desequilíbrios americanos

A crise, originalmente designada de “crise do subprime”, evidenciou os crescentes e insustentáveis desequilíbrios econômicos acumulados pelos Estados Unidos, sintetizados no excesso de endividamento público e privado e na necessidade de financiamento externo.

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A intervenção do governo para resgatar o sistema financeiro agravou os problemas neste sentido e não reverteu a crise no mercado de trabalho. O déficit fiscal saltou de 2,8% do PIB em 2007 para 5,9% em 2008 e cerca de 12% em 2009 e 2010.

O Federal Reserve (banco central dos EUA) também agiu emitindo 1,8 trilhão de dólares para aquisição de títulos tóxicos dos bancos ao longo de 2008 e anunciando uma nova derrama, desta vez de US$ 600 bilhões neste ano.

Inflação do dólar

Em função da posição especial que o dólar ocupa na economia mundial, como referência para contratos, preços e reservas, a decisão do Federal Reserve resultou na depreciação do dinheiro estadunidense em todo o mundo. Muitos países responderam com medidas descoordenadas para proteção de suas indústrias contra a valorização excessiva da moeda, configurando o que o ministro brasileiro Guido Mantega qualificou de guerra cambial, que pode abrir caminho a conflitos comerciais e políticos mais sérios.

É importante notar que a crise reforçou o processo de desenvolvimento desigual das nações caracterizado pelo deslocamento do poder econômico global do Ocidente para o Oriente e dos Estados Unidos para a China, que continua crescendo a taxas próximas de 10% ao ano.

Brasil

O Brasil, como outros países considerados emergentes, também se recuperou rapidamente da crise e deve concluir o ano com um crescimento de quase 8%.

Cumpre assinalar alguns problemas que projetam sombras sobre o futuro da economia nacional, associados à política macroeconômica conservadora: a instabilidade cambial, decorrente da queda do dólar e da política de câmbio flutuante; as altas taxas de juros, que contribuem para a valorização do real; a política fiscal restritiva e a evolução preocupante do déficit em conta corrente, que pode chegar a 60 bilhões de dólares em 2011, segundo previsão do Banco Central.

Fonte: Vermelho.org.br

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