Lula defende moeda alternativa na cúpula do G20 e critica FED

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (11) a discussão, na cúpula do G20, de alternativas ao dólar como moeda de livre curso nas transações econômicas internacionais, hoje marcadas pela instabilidade decorrente dos desequilíbrios da economia norte-americana e perturbadas pela chamada guerra cambial.

Lula lembrou que os países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já estão debatendo o assunto. “Desde o ano passado, estamos chamando o BRIC para substituir o dólar nas transações. É um trabalho de convencimento”, comentou.

O tema é polêmico, já que está em xeque a liderança econômica dos EUA no mundo e certamente isto não agrada Washington. Mas a necessidade de encontrar um substituto para o dólar nas transações econômicas internacionais ganhou força com a emergência da crise nos Estados Unidos no final de 2007 e as ações do Estado para debelá-la.

A Casa Branca incorreu num deficit colossal, de US$ 1,6 trilhão em 2009, estimando-se ainda que entre 2010 e 2020 o rombo acumulado nas contas públicas chegue a US$ 8,5 trilhões. Em conseqüência, a dívida pública (líquida) explode e se aproxima de 100% do PIB. Neste ano, o deficit deve ficar em torno de 10% do PIB.

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Notemos que a direita neoliberal ainda reclama no Brasil (um país que exibe superavit primário, inclusive durante a crise, e com a relação dívida/PIB caindo, hoje em torno de 40%) da suposta “gastança” do governo, alardeando a necessidade de cortes dos gastos e “ajuste fiscal”, que a presidente eleita Dilma Rousseff sabiamente descartou.

Em função da posição especial do dólar como moeda de curso internacional, que não circula apenas nos EUA, as impressões levadas a cabo pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA, que acaba de anunciar a derrama de mais 600 bilhões de dólares), estão inundando outros países, provocando forte depreciação do dólar, inflação das commodities e desalinhamento cambial.

A valorização excessiva de algumas moedas nos chamados emergentes, com destaque para o real brasileiro, ameaça a indústria local e induz os países a reações unilaterais para proteger sua produção, evitando a valorização excessiva do câmbio. É isto que, conforme notou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, configura a guerra cambial.

A reunião do G20 revelou uma chuva de reclamações contra o unilateralismo de Washington, que não parece preocupado com a repercussão negativa de suas políticas. O problema é que não se pode negar aos EUA o direito soberano de praticar a política econômica que entende ser mais adequada aos seus interesses.

Fonte: Vermelho

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